domingo, 28 de junho de 2009

Frida(ys)

Nosso relacionamento foi intenso, mas durou pouco. Não que ela não fosse uma verdadeira gata. Às vezes sua imaturidade me incomodova, mas, por outro lado, o frescor de sua juventude também era estimulante.
Brincamos muito, fizemos companhia um ao outro, dormimos juntos. Simpática e afetuosa, recebeu a aprovação de todas minhas amigas que a conheceram. No geral era carinhosa, mesmo que em determinados momentos gostasse de mordidas e arranhões. Mas eram ataques de amor e carência. Assim, as brigas esfriavam rápido e logo estávamos em paz.
Os dias se passavam e aos poucos conhecia cada vez mais seus gostos. Adorou chocolates e pato, plantas, água de banho e cosquinhas no pescoço.
Hoje, porém, Frida voltou para casa e me deixou novamente só. Vou ficar com saudades...

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Conversa de Elevador

O sobe-e-desce é mais estranho do que pensamos. Não, o assunto deste post não é a crise nas bolsas de valores ou o sexo pós-Viagra, mas uma prosaica invenção sem a qual nossa vida seria muito mais cansativa (e plana!): o elevador.

No prédio em que trabalho, temos dois elevadores, um ao lado do outro. Tirando o térreo, todos os outros andares têm dois botões de chamada, um para subir, outro para descer.

Há coisa de umas semanas, fiquei impressionado com a capacidade que algumas pessoas têm de apertar o botão “errado”, isto é, o de subir quando querem descer e vice-versa. E não só isso, mas quando o elevador pára, a figura ainda pergunta “tá subindo?”, mesmo com o óbvio e sonoro aviso luminoso do lado de fora, com uma seta apontando para cima.

O que se segue é uma cara de decepção de quem queria descer (então por que apertou o botão de subir?!), além da vontade enorme de responder “não, tá descendo, o elevador é que tá de sacanagem com sua cara com essa seta enorme aí do lado de fora!”.

Bem, daí é que esta semana pude testemunhar a lógica torta que leva algumas pessoas a cometerem este “erro” dos botões.

Chego para pegar o elevador no 4º andar junto com um dos seguranças da casa, que prontamente aperta o botão de subir. Eu, que quero voltar para minha casinha após um longo dia de labuta, aperto o de descer e comento com ele: “bom, você vai subir e eu quero descer...”.

O elevador chega vindo do térreo e com a seta do lado de fora apontando para cima. Deixo o segurança entrar e penso “pra que passear? Vou tomar uma água no bebedouro aqui do lado e pegar ele na volta”. Ele entra e aperta o botão para o andar que deseja ir. Qual não é minha surpresa que a seta “vira” e passa a apontar para descer? Como assim, a figura não tava subindo? Esqueço a água, interrompo o fechamento da porta, entro e faço exatamente esta pergunta para ele.

Aí vem a explicação que me deixou de queixo caído com sua lógica torta: “não, eu apertei o botão de subir porque o elevador estava no térreo e eu queria que ele subisse para me pegar”. Donde se conclui que, se o elevador estivesse num andar acima e ele quisesse subir, ele apertaria o de descer...

Ah, e ainda tem mais: como são dois elevadores, se um estiver acima e outro abaixo, ele apertaria os dois botões e veria qual chegaria primeiro, não interessa se estivesse subindo ou descendo!

E a histórias de elevadores não param por aí. Não podemos nos esquecer dos que ficam apertando insistentemente o botão, como se isso fosse fazer o dito andar mais rápido; os que entram falando no celular e logo atestam “se a ligação cair é porque estou entrando no elevador”, mas ela não cai e a figura passa a gritar sua conversa para compensar o mau sinal; os que ficam parados bem na porta, não dando espaço para os outros passageiros passarem para entrar ou sair; os que pegam o elevador para subir ou descer apenas um andar.

Mas tudo isso fica para outros posts. Afinal, eu vim ao mundo a passeio, nem que seja para ficar passeando de elevador...

Texto meu originalmente enviado e publicado no blog "Vim ao mundo a passeio", da amiga Claudinha

terça-feira, 23 de junho de 2009

De virar a cabeça



Fui ontem na vernissage de abertura da exposição "Virada Russa" no CCBB. Desnecessário dizer que amei ver os (poucos) originais de Kandinsky e o (único) Chagall entre as mais de 100 obras. Só isso, mais uma boa dose de Malevichs, já valeria a visita.
Mas de que vale ir a uma exposição de arte se não houver a descoberta de novas maravilhas? Desta vez, saí impressionado, babando e adorando "um certo" Pavel Filonov (Acima, o quadro "Fórmula da Primavera"). Fina arte, como fino é o tecido que seu nome evoca. Não percam!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

A sabedoria de Tyche

Acaso, destino, sorte, coincidência, mensagem do além ou auto-sugestão? Às vezes os desígnios da Fortuna (ou a grega Tyche do título aí de cima) me deixam abismado. Conto:
Sábado, a noite chegando e não sei o que fazer de mim. Após telefonemas e mensagens aleatórias (olha Tyche aí de novo!), bate no meu celular uma resposta que cabia no que eu achava que precisava/podia naquele momento. Um sarauzinho depois de uma peça baseada na obra de Fernando Pessoa, na companhia de uma pessoa que gosto e tem carinho por mim (e bem que eu estava precisando...).
Um ator vestido como o poeta carrega uma cesta de pápeis enroladinhos com poemas e trechos de "Cartas de amor". Um ano atrás, na mesma data, havia entregue uma delas, coisa que não fazia desde que posso me lembrar. No final da carta, parafraseava/citava o mesmo Álvaro de Campos, lembrando como todas as carta de amor são ridículas.
Pois bem. Meto a mão na cesta e tiro um dos canudinhos. Abro e...

"Sossega, coração! Não desesperes!
Talvez um dia, para além dos dias,
Encontres o que queres porque o queres.
Então, livre de falsas nostalgias,
Atingirás a perfeição de seres.

Mas pobre sonho o que só quer não tê-lo!
Pobre esperença a de existir somente!
Como quem passa a mão pelo cabelo
E em si mesmo se sente diferente,
Como faz mal ao sonho o concebê-lo!

Sossega, coração, contudo! Dorme!
O sossego não quer razão nem causa.
Quer só a noite plácida e enorme,
A grande, universal, solente pausa
Antes que tudo em tudo se transforme."

Recebo o baque boquiaberto. Um recado de 1933 para o que se passava na minha cabeça nos últimos dias, neste longínquo 2009. Quer saber? No creo en brujas, pero que las hay, las hay!

PS: E não, não recebi uma resposta da minha carta até hoje...

'Corrida Maluca' na vida real

E não é que botaram Penélope Charmosa, a Quadrilha de Morte, Dick Vigarista e o resto da trupe para correr de verdade na Inglaterra:


Confiram a notícia aqui

terça-feira, 9 de junho de 2009

Gêmeos gênios

Os irmãos Fábio Moon e Gabriel Bá mandam mais uma pérola em forma de HQ no "Quase nada 027":



Confiram mais aqui

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Pornografia democrática

Interessante artigo no Le Monde Diplomatique, pinçado pela amiga Dani D. Alguns trechos:

"Queríamos fazer uma pornografia com o odor de Walt Whitman...
Uma pornografia livre como uma grafia do corpo livre, como uma geografia da alma livre...
Contaminar os desejos padrões com novos itinerários. É de desejo que falamos, e de direitos sexuais...
É preciso outras pornografias, sentir desejo pela ruga, pela fuga, pelo que não se inscreve como corpo-de-consumo. Pelo que escapa do formato do objeto, do abjeto, do dejeto. Permitir que as singularidades sexuais levantem, sacudam a poeira.
Se não fizermos isso, somos coniventes com as sobras da produção massiva de desejo erótico: as gordas idosas senhoras de um lado e os aleijados do outro, os jovens franzinos de um lado e as jovenzinhas de um só olho de outro. Todos esperando o Reynaldo Gianechini. Ou seja, produção de escassez".

Interessou? Então dá uma checada lá

Natureza bela


Ansel Adams

Sobre o blog

Histórias baseadas na vida irreal.
Ficções inspiradas por fatos verdadeiros.
Aforismos, achismos e silogismos.
Falácias, sinedoques e sofismas.

Poesia, prosa e música.
Fotografia e arte.
Cinema e TV.
Teatro e dança.

Um pouco de tudo.
Muito de nada.

Essa é a idéia.

Bem-vindos!
 
Load Counter
massage table