
Era uma árvore. Mas não como as outras. Era a sua árvore. Cada dia que passava, uma folha caia e outra crescia em seu lugar.
Às vezes caia dourada como o Sol. Em outras vinha cinza de chuva. Ou então rasgada de raiva, amassada de tristeza, verde de esperança, plana de tranquilidade, vermelha de amor, amarela de alegria. Recolhia e as guardava. Um dia, uma folha, e assim a vida seguia.
Até que um dia uma folha caiu, mas outra não cresceu em seu lugar. A princípio nem percebeu. Aos poucos, porém, foi notando os galhos nus e começou a se preocupar. Estará doente? Não a estou tratando bem?
Muito pensou sobre o assunto e neste tempo juntava folhas cinzas e amassadas, escuras e rasgadas. Foi quando percebeu que não importava o número de folhas restantes na árvore, mas a qualidade das que recolhia. Deixou de se preocupar.
Dia após dia passava pela árvore para pegar sua folha. Regozijava-se com as amarelas, admirava as douradas, acalmava-se com as planas, usufruia as vermelhas.
Até que um dia a última folha caiu. Levou-a para junto das outras e parou para admirá-las. Quantas folhas tinha acumulado! E tantas tão douradas, muitas amarelas, várias vermelhas. Observou que mesmo as cinzas tinham sua beleza, as amassadas sua valia, as rasgadas sua razão...
Morreu feliz.
nossa cesar lindo. muito inspirado pela chegada de mais uma primavera, e pela despedida de mais um inverno.
ResponderExcluiradorei! sejamos como a arvore e nos orgulhemos sempre de todas as nossas folhas!
viva setembro!
beijo grande.
claudinha